Todo final de semestre é a mesma coisa. Os professores não sabem se continuarão com a mesma carga horária que o semestre passado, ou se continuarão empregados e os funcionários temem uma possível demissão... com isso o clima de terror se instala nas Instituições Privadas.
Tenho falado ao longo desses anos que a visão a curto prazo é uma decisão que traz resultados imediatos, porém com agravantes para o futuro. Nesse semestre acompanhamos nos diversos veículos de comunicação que nesta quinta-feira (27/06) ocorreu o fechamento da FASP, uma tradicional faculdade voltada a cursos na área de TI em São Paulo. O motivo dado pelo representante da mantenedora, Sr. Nivaldo Trama, foi a "concorrência predatória" que assola o mercado da educação superior no Brasil.
O motivo na realidade não foi esse. O motivo foi a falta de comprometimento dos gestores com a própria instituição. A arrogância, a falta de visão e a má administração da instituição foi o principal motivo para que ela fechasse as portas.
É muita inocência acusar a “concorrência predatória”, ou muita cara de pau. Ficaria muito mais bonito para um representante da Instituição assumir que errou. Pedir desculpas para os seus alunos, ou pelo menos tentar dar um jeito na situação.
Quantas empresas conseguiram “renascer” das cinzas? Quantas empresas ficaram milionárias do dia para a noite? Essas empresas sim são exemplos a serem seguidos, pois foram empresas que não se abateram diante da concorrência e focaram as suas ações para onde o “bonde estava andando” Um exemplo disso foram as empresas de tecnologia que conseguiram seguir adiante mesmo com a explosão da bolha da internet e que hoje estão tomando conta do mundo.
No blog Professor... é isso mesmo? Alan Carvalho postou o seguinte: “Devido à inércia demonstrada pela mantenedora em pagar os salários atrasados dos professores, estes recorreram ao sindicato da categoria e entraram em greve como última forma de sensibilizar a mantenedora, o que não ocorreu. Inclusive os professores grevistas foram demitidos ilegalmente por justa causa durante o movimento, tendo de recorrer à Justiça para reaver os direitos que lhes foram usurpados. Embora tenha havido contratações após as demissões, nova debandada de alunos deve ter ocorrido em função da inoperância da faculdade em apresentar uma proposta razoável que permitisse aos professores retornarem às atividades”.
Tudo isso demonstra o desafeto pela marca da instituição. Não existiu uma preocupação por parte da instituição com os professores, com os funcionários e com os alunos. Estes que são o coração da instituição. E como não cuidaram do seu coração teve o final trágico do infarto.
Que isso sirva de lição para outras Instituições que estão se sentindo superiores demais e que estão se “livrando” do custo oneroso que seus antigos funcionários traziam. Estes funcionários possuem a memória viva que nenhum computador pode arquivar. Estes funcionários com 20 anos, 10 anos ou até menos trazem consigo a lembrança na mente e no coração e que levará para sempre junto com eles.
Se a gente fizer uma pesquisa em 10 instituições, eu aposto que pelo menos 1.000 pessoas foram demitidas somente neste semestre. E pior, se fizermos outro tipo de pesquisa, como "quanto foi gasto com programas de fortalecimento de marca ou endobranding" teremos a seguinte resposta: Não tivemos verbas.
Ok! Mais uma vez eu digo, que isso sirva de lição!! Pessoal acorda...o ensino superior está cada vez mais acessível...todos podem fazer um curso. O diferencial está sempre na marca! Aposte nisso!
by Luciane Chiodi
4 comentários:
Muito justo, esse povo gosta de capitalismo só na hora de ganhar dinheiro na hora de assumir responsabilidades a culpa é da concorrência.
Achei muito interessante a sua consideração sobre branding educacional, algo que dá o que pensar.
Olá Renato!! Antes de tudo gostaria de agradecer o seu comentário. Fiquei muito feliz em recebê-lo!!!
Sem o Branding bem feito não é possível que uma instituição se torne perene. E o Branding se faz em cada detalhe, em cada atendimento e em cada tomada de decisão.
A ganância, o nervosismo e o próprio medo do gestor de perder o emprego leva a ruína de uma Instituição como foi o caso da Fasp.
Um abraço e muita saúde para você. Agora estou em Salvador curtinho minhas férias forçadas...pois também acabei de ser demitida da Instituição em que trabalhava...talvez pela minha visão do branding....
Antes de mais nada Luciane: Boas Férias (mesmo que forçadas)!! rs
Bem, é complicado essa relação empregador, empregado mesmo. Mas queria levantar uma questão, sobre "endobranding". Vc tem material a respeito desse tema? Pois para mim o branding é em síntese um tratamento de dentro para fora. Busca pela essência da empresa. Enfim...Dá margem para muitos posts. rs
Abraços e curta as férias.
Putz Paulo..é o que eu mais tenho...Sou professora de Pós Graduação da Disciplina de Branding. E posso te encaminhar algumas coisas quando eu voltar. E está certo mesmo....O branding realmente começa de dentro para fora, com especial atenção em formar "embaixadores da marca" como a Sansung fez...e não simplesmente funcionários treinados para dizer sempre a mesma coisa...sem autonomia...
bjks
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