quarta-feira, julho 04, 2007

Era do conhecimento não combina com burocracia

Carimbador Maluco (Raul Seixas)


Plunct Plact Zum
Não vai a lugar nenhum!!
Plunct Plact Zum
Não vai a lugar nenhum!!
Tem que ser selado, registrado, carimbado
Avaliado, rotulado se quiser voar!
Se quiser voar....
Pra Lua: a taxa é alta,
Pro Sol: identidade
Mas já pro seu foguete viajar pelo universo
É preciso meu carimbo dando o sim,
Sim, sim, sim.


Para ouvir a música, clique aqui


Para ver o vídeo, clique aqui


“Tem que ser selado/ registrado /carimbado /avaliado e rotulado se quiser voar, pra lua a taxa é alta, pro sol: identidade, mas já pro seu foguete viajar pelo universo é preciso meu carimbo dando sim, sim, sim!”. O texto original diz: “(...) Ser governado é ser guardado à vista, inspecionado, espionado, dirigido, legislado, regulamentado, identificado, doutrinado, aconselhado, controlado, avaliado, pesado, censurado, comandado(...)” (Fernando Pinéccio)


Essa música é uma crítica pesada a burocracia importa pelo governo, afim de retardar todas as atividades desenvolvidas nessa área.



Mas também retrata o que acontece nas instituições de ensino em plena era do Conhecimento. Tanto no que diz respeito às pequenas burocracias quanto ao exercício dos micro-poderes nas escolas.



As instituições de ensino acabam estipulando regras e também uma certa vigilância sobre as atitudes do seu corpo docente e dos seus funcionários com o intuito de trabalharem com pessoas submissas e treinadas para não fazerem nada diferente do que a cúpula da instituição pensou.



Em algumas instituições os professores ou funcionários precisam pedir uma autorização para tirar xérox com 07 dias de antecedência e colher a assinatura do coordenador, que por sua vez precisa colher a assinatura do assistente do diretor e depois do diretor e se duvidar tem que esperar o Reitor aparecer para assinar também.


Ou então, para acontecer uma palestra (que somente enriquecerá o curso) o professor também precise pedir autorização para o coordenador. Ou mais, se precisar de qualquer outro tipo de apoio precisa mandar Email para a universidade inteira.



O professor ou o funcionário contratado pela instituição tem que confiar na instituição, e por sua vez a cúpula da instituição tem que confiar em seus funcionários e em seu corpo docente. É preciso confiança mútua como num relacionamento amoroso.



Os gestores precisam acordar para a realidade e perceber que quem faz a marca da escola são os seus professores e seus funcionários. E para que isso aconteça de forma harmoniosa e natural é preciso soltar essas rédeas e confiar.


Quanto de dinheiro as instituições não estão gastando com isso? Em plena era do conhecimento, gastar com requisições, com controles, gastar salários com segurança para saber se os professores estão em sala de aula é um absurdo. E esse problema é muito mais sério do que pode parecer, pois esse sistema de vigilância e controle acaba por bloquear a capacidade criativa das pessoas.



As Instituições estão se mostrando para o público externo como super modernas, de tecnologia de ponta, de ensino de excelência só que seus procedimentos internos são arcaicos e obsoletos.



Mas como o Brasil é um país de pessoas criativas, inteligentes e talentosas acredito que num futuro próximo essa situação será bem diferente! Para melhor é claro.


Luciane Chiodi



Um comentário:

Dr Brito.2008 disse...

Muito bom raciocínio, Professora!
Brilhante seqüência de pedidos autômatos e autorizações robotizadas: é a modalidade do controle hierárquico escolar em que os indivíduos são objetos, nunca sujeitos de atos e ações. Não há sentido e lugar para se aprender a aprender, e caminhar aprendendo a caminhar. E a relação de construção de confiança é descartável. Daí o (a) professor (a) se posta bem no miolo dessas liberações. Presta-se, sobretudo, a atender as exigências do modelo de ensino-aprendizagem da moderna escola positivista. E ao largo passam suas autonomias. São meros (as) reprodutores (as) de conhecimentos. Do outro lado, o aluno, é instruído a fazer provas, de sorte que se prepara para tal. É a lei da concorrência do mercado: só cabe os melhores (os que têm ótimos desempenhos logam êxito). Não há espaços para criatividades, para inter-relações construtivistas e significativas. No meio de tudo isso, como bambolês, os (as) funcionários (as) são colocados (as) como maus (más) e bons exemplos... pelo que surgem as recompensas, ou as punições... modelam-se protótipos de servidores servis, domesticados e irrepreensíveis. E, nessa roda-viva, a melhor escola é aquela que mais aprova nos vestibulares, tem os mais destacados e ilustres professores da cidade, os mais gentis e melhores servidores; além, é claro, de ter uma infra-estrutura invejável, por vezes monumental!

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