segunda-feira, março 12, 2007

Advogado pode ter marca?

A partir do ano de 1996, quando foi promulgada a nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), que flexibilizou o marco regulatório referente à abertura de novas instituições, houve um novo ciclo de crescimento das IPES, chegando a pouco mais de mil instituições na virada do século. Entretanto, o grande crescimento ocorreu já nesse século, quando dobrou o número de instituições, chegando a quase 1.800 em 2004, segundo dados do INEP/MEC .
O setor de ensino superior privado passa por uma crise que demanda mudanças de rumo. E é exatamente nesta situação que gestores educacionais precisam fazer mudanças para que os alunos das Instituições de Ensino Superior consigam sobreviver num mercado tão competitivo.
O ensino do direito é uma das grandes preocupações da area educacional no Brasil. Todos os anos novos advogados são lançados no mercado. O mercado jurídico no Brasil, principalmente em São Paulo, é muito grande, visto o número expressivo de universidades que oferecem o curso de direito. A concorrência é enorme em todos os ramos. E a única estratégia coerente a ser adotada para se destacar nessa profissão é o Branding.
Não conheço nenhuma universidade que disponibilize para os alunos do curso de direito uma disciplina voltada para o mercado. É urgente a necessidade de se colocar a disciplina de Branding na sua grade curricular. Apenas as melhores práticas de branding serão capazes de garantir a estrutura e o respaldo teórico necessário para a constituição dos advogados e gestores de escritórios jurídicos que estão por nascer e para aqueles que já atingiram a maturidade e precisam se diferenciar no mercado.

O Branding Jurídico é um processo, que tem a intenção de envolver os atributos, os valores, os sentimentos e percepções que são intrínsecos aos advogados. O Branding é o que distingue um profissional do outro. É o que explica porque dois profissionais com as mesmas qualificações e formação ganhem salários tão diferentes. É uma estratégia que deve ser utilizada para imprimir uma idéia e uma lembrança na mente das pessoas no que diz respeito ao próprio advogado ou escritório jurídico sem infringir de nenhuma maneira a lei. O objetivo do Branding é tratar a marca do advogado de forma a diferenciá-lo no mercado, visando à obtenção de um melhor desempenho profissional também. Visto que o próprio código de ética da categoria é muito restrito no que diz respeito a publicidade dos serviços do advogado.

Quando o assunto é Branding Jurídico, tratamos de coisas intangíveis ou emocionais. E esses atributos garantem um maior reconhecimento das diferenças entre as marcas mais importantes da categoria, causando maior impacto na hora do cliente decidir por qual profissional deseja optar.

O primeiro passo para o advogado começar a trilhar o caminho para ser reconhecido e desejado pelo mercado é identificar os seus principais talentos e atributos. Deve alinhar todas as suas ações quando for expressar sua marca, seja via conteúdo, entretenimento, na web e fora dela, televisão ou no rádio, em entrevista na imprensa, de reportagem televisionada ou de qualquer outro meio para manifestação profissional. Se utilizar os conceitos do Branding, automaticamente seus gestos, seus modo de falar, de andar, de se vestir, de se posicionar irá naturalmente, numa linguagem não verbal passar a percepção, o conceito e a imagem do que realmente é a essência de sua marca. . Um exemplo disso é do Sr. Ulisses Tapajós Neto, presidente da Masa, empresa do grupo Flextronics com sede em Manaus (AM), ele circula pela fábrica com um colete de fotógrafo, falando alto e brincando. E seu sucesso entre a equipe e na condução dos negócios é inegável. (Você S/A, edição 94)

Mesmo que o advogado nunca tenha pensado nisso de forma estratégica, é com base nesses itens que as pessoas vão lembrar e se referir a ele. Quando vemos uma marca, logo criamos uma imagem mental, sentimos alguma coisa. Uma marca do advogado bem-feita vale dinheiro para os Escritórios Jurídicos, e prestígio e espaço para quem quer se destacar nessa profissão.

Uma marca jurídica bem administrada é muito poderosa. Uma marca que represente confiança, clareza, emoção, consistência, é uma das principais ferramentas de apoio profissional num ambiente tão competitivo e tão formal quanto o ambiente jurídico.

Muitas vezes várias circunstâncias podem desgastar a imagem do advogado, ainda mais se a imagem ou marca for utilizada sem um planejamento adequado. Principalmente quando se trata de pessoas. Pessoas sofrem de depressão, falta de humor, ficam doentes, sentem ciúmes. E todos esses aspectos também precisam ser tratados de forma bem planejada.

A construção da marca pessoal forte tem de estar ligada a valores. Da mesma maneira, não adianta se esforçar para parecer algo que não acredita. Marca é a reunião de seus talentos e atributos, sejam eles bons ou ruins. E a forma como o advogado vai mostrar ao mundo todas essas características precisa ser muito coerente, elaborada e discreta. E claro que é um processo que leva um tempo para acontecer. Mas que sem dúvida é o processo inicial para uma marca jurídica forte e perene.



Luciane Chiodi

4 comentários:

João Ibaixe Jr disse...

Muito bom e esclarecedor o texto. Branding jurídico é novidade, ainda mais aliado ao ensino e à profissão de professor em Direito. Parabéns

Luciane Chiodi disse...

Querido João!

Diante de tanta concorrência é necessário que ocorram mudanças nos cursos de direito e que os veteranos procurem ajuda dos especialistas para atingir o reconhecimento no mercado!
Obrigada pelo comentário!

Rafael disse...

Muito bom o seu site. Gostei bastante dos artigos que li.
Sou desenvolvedor web mas gosto de ler a respeito de marketing.
Vou me tornar seu leitor assiduo.
Parabéns!!

Girls in Work disse...

Luciane,
Adorei seu artigo.
Parabéns!
Abração
karla

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